domingo, 27 de setembro de 2009

Início da duplicação da BR-392 é dia histórico

DIÁRIO POPULAR
Editorial

O anúncio, pela concessionária Ivaí, dos últimos preparativos para o início das obras de duplicação da BR-392, no trecho entre Pelotas e Rio Grande, representa um momento histórico para Pelotas, Rio Grande e a região. Tanto pela reconhecida urgência de uma obra de tal envergadura, quanto pelas dificuldades que a obstaculizaram ao longo do caminho. Não pretendemos retornar às origens do empreendimento, mas dadas as circustâncias que o cercaram, vale lembrar que há quase dez anos dois trechos estão prontos para serem executados, inclusive com licitação aprovada.

E não o foram promessas não faltaram, em diferentes e solenes atos, como garantia da construção, tanto daqueles dois trechos, ligando Pelotas a Rio Grande, quanto de outros de interesse da região e do estado. Ocorre que de há muito está esgotada a capacidade de escoamento da rodovia , culminando nesse perigoso funil que se forma nas aproximidades do acesso ao porto de Rio Grande. Aí estão para prová-lo os inumeráveis acidentes, com a perda de vidas preciosas e prejuízos materiais de monta.

Houve mesmo quem dissesse, no auge da discussão da matéria, ser injustificável a recusa do governo em investir na segunda pista. Alegavam setores oficiais impedimento ilegal para investir dinheiro público em estrada pedagiada. No entanto, o que se pleiteava, na ocasião, era que o governo autorizasse anteriormente a obra e deixasse o acessório para posterior decisão. O Deputado Federal Beto Albuquerque (PSB/RS), na condição de vice-líder do governo na Câmara, em mais de uma ocasião, ao fazer a apologia da obra, afirmou que sem a duplicação da BR-392 perdiam a razão des ser os altos investimentos para ampliar o porto marítimo.

mas, finalmente, chegou o grande dia. Dia para ser comemorado, da mesma forma com que a região soube mobilizar suas forças políticas, econômicas e sociais junto aos órgãos superiores da administração pública, inclusive o presidente da república, em busca de uma solução imediata.

É certo que, além dos trechos rodoviários aludidos, nesse contexto ainda se insere a obra do contorno de Pelotas, ligando a ponte São Gonçalo à do retiro (inclusive a reconstrução desta). O presidente Lula, ao pernoitar em Pelotas, em encontro com oprefeito Fetter Júnior e a ministra Dilma Rousseff, determinou à chefe da casa Civil que providenciasse logo a elaboração do projeto desse trecho. Não se sabe se a ordem foi cumprida.

A ligação Pelotas - Rio Grande exige, ainda, desapropriações às margens da rodovia, obra de arte e complementos indispensáveis do ponto de vista da preservação ambiental. E tudo se completará com a duplicação da BR-116, entre Pelotas e El Dourado, também já prevista nos planos do governo e vital para o complexo rodoviário da região e a logística do Estado.

Resta que se unam as lideranças regionais, com o máximo dos seus esforços, com o apoio do Estado e a vontade política da União, para que, neste momento em que se descortinam novos horizontes para o desenvolvimento regional, com a perspectiva de investimentos bilionários, sejam realizadas sem mais delongas essas importantes obras.